A peça de computação vestível (wearable) é composta por um vestido equipado com um microcontrolador que transforma a qualidade do ar em uma visualização luminosa. Essa visualização é apresentada por meio de leds aplicados no vestido, onde os mesmos são ligados ou desligados em série de acordo com a qualidade do ar. Quanto menos gases tóxicos forem encontrados no ar, os leds são acionados e por consequência são apagados quando é detectado gases nocivos ao nosso ecossistema. O Cerrado é o segundo bioma mais importante do mundo e cada vez mais e um importante bioma para o ciclo de carbono no ecossistema mundial. A partir dessas questões mediadas pela visualização da qualidade do ar em tempo real na paisagem do cerrado, a obra propõe um questionamento crítico com a nossa relação com o bioma. A peça tem como inspiração para o seu design a planta Ipê-do-cerrado, um ícone do cerrado brasiliense. Seu processo de tingimento foi feito a partir das raízes do Açafrão-da-terra, que mesmo não sendo endêmica do cerrado é uma espécies bem adaptada ao bioma, nos propondo repensar como podemos ampliar a nossa percepção para além das espécies endêmicas, mas também as espécies que encontram seu refúgio no nosso cerrado.

Tainá Luize é formada em Design de Moda pelo Instituto Federal de Brasília (IFB) e atualmente é mestranda em Arte Eletrônica no Programa de Pós-graduação em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB). Como designer e artista atua com interesse na interseção entre Arte Computacional, Design, Arte, Moda e Interfaces. Faz parte da equipe do Medialab/UnB e já teve trabalhos coletivos expostos em locais como o Museu Nacional da República, Espaço Niemeyer e Espaço Cultural Afonso Vilaça do TCU.

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